Moçâmedes, Namibe, minha terra!: Moçâmedes, Namibe : Vista aérea da cidade

5.23.2007

Moçâmedes, Namibe : Vista aérea da cidade

ORNAR

Vi-te

tragada pelo furor das ondas
desfeitas
em meus braços

Vi-te
Preenchida de conchas
do meu ouvir
e no paladar
do meu sentir

foste-te pelo vazar do mar
deixando-me o eco
da eterna solidão
verde-azul

Fragata de Morais

Poeta angolano

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Esta é a cidade de Moçâmedes com as primeiras fotos às quais tivemos acesso, tiradas duas década após a independência. Estas são as ruas, as avenidas e as praças de uma cidade, cuja maioria das casas eram pertença de particulares, na sua maioria gente trabalhadora que, para as erguer, ao contrário de preconceitos que circulam, durante toda a sua vida tiveram que se esforçar, poupar, fazer incalculáveis sacrifícios. Basta referir que a maioria das vivendas de Moçâmedes foram construídas porque os seus proprietários se fizeram sócios de uma Sociedade Cooperativa criada para o efeito: a Sociedade Cooperativa "O Lar do Namibe", através de pequenas quotizações, e pessoas houve que só adquiriram o direito à construção, após 25 anos a pagar quotas mensais, sacrificando para tal, uma parte do seu salário que poderia ter sido aplicado em algo que lhes tivesse proporcionado uma vida mais agradável. Não fosse este sistema Moçâmedes chegaria à hora da independência sem casas para a sua população, uma vez que o Banco de Angola, nem os outros bancos que começaram ultimamente a surgir, não concedia empréstimos à habitação própria.

RAÍZES

O destino plantou-me aqui e arrancou-me daqui E nunca mais as raízes me seguraram bem em nenhuma terra...

Ter um destino é não caber no berço onde o corpo nasceu, e transpor as fronteiras uma a uma e morrer sem nenhuma.

Miguel Torga

ADEUS, até nunca mais!…"

Da secular fonte desnudei um adeus
imenso, e a tarde perfumou-me
os cabelos com um cheiro adocicado,
o aroma peganhento do manhéu
a subir pelas narinas
bloqueadas de silêncio…

Em Outubro separei-me de mim
com os lábios emudecidos num adeus
que a memória gravou a fogo.
Não vale a pena ignorar as palavras
acesas de um lume vivo:

“Adeus! Até nunca mais!…

(Murilaonde, 1990)

Namibe

Por tê-lo assim tão perto A areia deste deserto Enamorou-se do mar E viver ardente, corada Por se sentir desejada Desejada, sem se dar

Angola 1868. Concha Pinhão ( do livro "Sabor Amargo")

FOTOS NAMIBE

FOTOS RECENTES DO NAMIBE

Este álbum de fotos que aqui apresento e que tentei «arrumar» tanto quanto possível de modo a dar uma ideia do real, só foi possível graças à compilação de fotos dispersas encontradas no meu álbum pessoal, no álbum de amigos, isoladas a partir de filmes, e ainda de outras que encontrei nas minhas viagens pela Net. Quanto a estas, expresso aqui os meus agradecimentos a todos quantos as publicaram, prontificando-me a retirá-las, se para tal vier a ser contactada. Espero que não!