E aos moçamedenses de coração
Quero dedicar estes versos
Tributo da minha admiração.
“Labor Omnia Vincit”
“Labor Omnia Vincit”
Dizia a divisa no teu brazão
Muitas décadas se passaram
Mas ainda a recordo com emoção
A “Welwitshia Mirabilis”
A “Welwitshia Mirabilis”
Que bem recordo por certo,
Era planta ùnica no Mundo
Existindo apenas no teu deserto.
Na costa do Atlântico nasceste
E do Namibe eras princesa
Nem os ventos do deserto
Destruiram a tua beleza.
Oceano de àguas profundas
Oceano de àguas profundas
Cuja fauna estimulava os pescadores;
As àguas tentadoras da Praia Amélia
Seduziam os mergulhadores.
No fundo do mar entre as rochas
As àguas eram transparentes.
Até as plantas se curvavam
Para saudar os adolescentes.
A antiga Escola Comercial
Pequena mas cheia de tradições.
Ajudou centenas de jovens
Nos seus sonhos e aspirações.
Viam-se aos domingos na baía
Barcos de velas ao vento
Onde jovens à “bolina”
Mostravam o seu talento.
Os bairros novos iam crescendo
Desafiando o àrido deserto.
Imensurável esforço moçamedense
Imensurável esforço moçamedense
Orgulhoso mas de coração aberto.
Para os lados da Torre do Tombo
Para os lados da Torre do Tombo
Construiu-se o cais acostável.
A habitual visita aos “Paquetes”
Era agora mais agradável.
Do outro lado da baia
Do outro lado da baia
Outro grande empreendimento
O porto mineiro do Giraul
Uma boa fonte de rendimento.
Os comboios vindos de Cassinga
Os comboios vindos de Cassinga
Ali deixavam a carga preciosa;
A automatização daquele porto
Era uma obra muito valiosa.
A agricultura ia progredindo
A agricultura ia progredindo
Olivais e vinhedos cresciam.
Um mercado muito competitivo
Que os da Metrópole temiam.
Num remoto dia tive que partir
Num remoto dia tive que partir
Sem ter voto nessa decisão;
Contudo sempre te mantive
Não existe mais
a casa onde nasci
nem meu Pai
nem a mulembeira
da primeira sombra.
Não existe o pátio
o forno a lenha
nem os vasos e a casota do leão.
Nada existe
nem sequer ruínas
entulho de adobes de telhas
calcinadas.
Alguém varreu a fogo
a minha infância
e na fogueira arderam todos os ancestres.
a casa onde nasci
nem meu Pai
nem a mulembeira
da primeira sombra.
Não existe o pátio
o forno a lenha
nem os vasos e a casota do leão.
Nada existe
nem sequer ruínas
entulho de adobes de telhas
calcinadas.
Alguém varreu a fogo
a minha infância
e na fogueira arderam todos os ancestres.
Costa Andrade
angolano
A primeira moradia desta postagem, pintada de verde era de Armenio Jardim
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