5.24.2007

Moçâmedes, Namibe : Sanzala dos Brancos e o que resta do histórico moinho de vento



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Luar do meu sertão,
Luar que adoro tanto!
Derramas sobre mim,como num pranto,
A tua inspiração!

Dás vida às sombras mortas que há na noite.
E o teu manto de amor,
O teu manto de luz e de fulgor,
Estendes sobre tudo o que se acoite
À tua protecção!

Luar do meu sertão
Beijas de manso a terra imensa e fria
E os braços nus do tronco secular;
A escuridão transfo
rmas quase em dia
E fazes o silêncio despertar!
Sim,o teu silêncio tem voz ,é  um mito,
Um mito que é preciso adormecer!
Eu  escuto a cada c
anto as tuas falas:
O rumor inconfundível das sanzalas;
Os passos leves do animal aflito,
Que a vida joga,quand
o vem beber;
Ouvem-se,ao longe,os ramos destroçados
Pelo caminhar pausado dos elefantes--
Bizarros seres e resto d
e gigantes,
Que noutras eras tinham seus reinados!--
Os grilos metediços,tagarelas,
O coaxar das rãs,está bem de ver,
São gritos que,afinal, só as estrelas
Sabem escutar  sabe
m entender!
Luar do meu sertão,
Luar que adoro tanto!
Derramei sobre ti,c
omo num pranto,
Esta recordação
De sabor agridoce da saudade!
E embora eu viva sempre na cidade,
Não me esqueço de t
i,
Pois nada do mais belo que já vi
É como tu,luar do meu
sertão!


 Poema de Rui Ferreira Coelho,natural de Angola (Sá da Bandeira,actual Lubango

Um comentário:

  1. ja nao m lembrava desta nov igreja era para os lados do fotrte de santa rita

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